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Humanidade é a virtude, a postura, o comportamento daquele que se sensibiliza
e se interessa pelos problemas dos outros, considerados seus irmãos. É o
contrário do egoísmo, essa tendência de se preocuparem somente com seus
interesses, esquecendo-se de qualquer situação angustiante dos seus semelhantes.
É preciso trabalharmos para que a virtude da humanidade se propague, para
conseguirmos um convívio mais feliz na sociedade. Jesus deixou a doutrina
e o exemplo dessa humanidade. Essa doutrina e esse exemplo pervadem todo o
Evangelho. A parábola do Bom Samaritano nos dá idéia clara dessa atitude de amor.
Um homem é assaltado na estrada, espancado e deixado quase morto. Passa por ali
um Sacerdote, vê o homem e passa adiante. Chega um levita, vê o homem e não o
socorre. Vem um samaritano, vê a cena, comove-se, aproxima-se, trata dos
ferimentos da vítima, coloca-o no seu cavalo e o leva para o povoado mais
próximo. Aloja o homem na hospedaria, paga sua estadia, antes de partir,
recomenda ao dono da hospedaria que trate do doente com todo o carinho e
receberá paga por seu trabalho quando voltar. Essa é a virtude da humanidade.
Sensibilizar-se pelo problema do próximo, tomar medidas efetivas para
resolver a situação. Maria, a mãe de Jesus, está numa festa de casamento,
no qual se encontra também o seu filho, que fora convidado. A certa altura
da festa, ela, na sua sensibilidade de mãe, e com seu sentimento de humanidade,
percebe que o vinho está acabando. Imediatamente toma providências. Aproxima-se
de Jesus e lhe diz: eles não têm mais vinho e alcança de Jesus a realização
de seu primeiro milagre: Transforma a água em vinho, para que a festa continue
na alegria. Jesus adverte que no final dos tempos a recompensa virá para
aqueles que socorreram o próximo em suas necessidades.
Deram de comer aos que têm fome, de beber aos que têm sede, vestiram os nus,
visitaram e assistiram os enfermos e encarcerados. Essa doutrina sublime
Jesus ensinou também com seu exemplo. Atendeu os doentes, acolheu as crianças
foi ao encontro de todos aqueles que sofriam. Praticou a virtude da
humanidade o grande líder da Índia, Gandhi. Jejuou, orou e exerceu a ação
política, penou nas prisões, tudo para libertar o seu povo. Praticou a
virtude da humanidade. Martin Luther King que morreu por defender os
diretos de sua raça. Há milhares, quiçá milhões, de pessoas humildes que
no recinto de seus lares ou no ambiente das comunidades praticam o sentimento
de humanidade.
Pensemos nos mais dedicados, nos médicos e enfermeiros e enfermeiras atendendo
os enfermos com grande sentimento de amor, dos professores que cumprem sua missão
de educar com o maior senso de responsabilidade. Felizes os que se espelham
nesses bons exemplos e não seguem os muitos que vivem para o seu egoísmo.
Pe. Noé Rodrigues, é Presidente da Fundação
Nossa Senhora do Ó, mantenedora da Obra Assistencial N. Sra do Ó, que mantém
em convênio com a Prefeitura e o Estado de São Paulo, Creches e Cursos de
formação de Cidadania para jovens e adolescentes de famílias carentes na Região
Brasilândia. É Cônego, membro do Cabido Metropolitano da
Arquidiocese de São Paulo
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