O grande milagre da vida de São José de Anchieta

por
Benedito Camargo
7 de abril de 2014



A fachada da igreja


Na capela de Anchieta


¬ Tocar a relíquia, e pedir ao Senhor, a coragem e a força do evangelizador.


Sempre afirmamos que "a História é a grande Mestra", e pudemos experimentar tal verdade, num momento muito intenso e proveitoso, no retiro anual dos diáconos permanentes da arquidiocese de São Paulo. Construímos uma ponte entre o passado e o presente, melhor, entre a atual realidade e a do início e nascedouro da cidade de São Paulo, quando por aqui, chegaram os primeiros Jesuítas, que tinham por missão trazer o Evangelho e com ele, dar segurança e proteção aos índios.

Como é sabido, muitos dos brancos aprisionavam os índios, forçando-os a servi-los como escravos. Foi nesse cenário que em 1554 surge a figura de José de Anchieta, um jovem de apenas vinte anos, provindo de Portugal no ano anterior. Anchieta, um irmão jesuíta, que com os padres, subiam do litoral para o planalto, com a responsabilidade maior de prover alimentação e cuidados aos pequenos mestiços, os meninos abandonados, fruto da ligação entre índias e portugueses, que simplesmente não os reconheciam como filhos. Tal chaga, do abandono aos menores, que carregamos na atualidade, nos faz refletir que somos um povo, que desde a origem, não cuida de sua infância.

No evento ocorrido do dia 4 até 6 de abril, em Itaici, município de Indaiatuba, nós os diáconos tivemos a alegria da fala do arcebispo de São Paulo, dom Odilo, cardeal Scherer, que no sábado nos brindou com sua palavra, sobre a semelhança das ações diaconais em São Paulo, cidade fundada por Anchieta, que como ele, estamos iniciando algo importante, que só o futuro revelará o quanto isso é grandioso. Ontem, Anchieta e Nóbrega, no cuidado com os índios; hoje, nós com os pobres e marginalizados. Ontem, contra a escravidão dos índios; e hoje, contra a opressão da dependência econômica. Ontem, Anchieta queria mostrar um Deus que os amava; e hoje, os diáconos com um olhar, atitude e serviço, no cuidado para com os esquecidos da sociedade.

Momento marcante, no domingo, dia 6, na Eucaristia, presidida pelo cônego Celso Pedro, onde nós, junto à relíquia de São José de Anchieta, na capela a ele dedicada, ligava com a celebração que também acontecia na catedral de São Paulo, unidos à cabeça, o Cristo Glorificado, na Liturgia Universal, na unidade do Povo de Deus caminhante. Foi a primeira celebração eucarística nessa capela, depois da canonização de Anchieta, e nós estávamos nesse culto ao Senhor, o Deus altíssimo. Testemunhamos a História nessa celebração, na Casa de retiros Vila Kostka, dos Jesuítas, instituição fundada por Santo Inácio de Loyola, que foi o superior de Anchieta quando de sua vinda para o Brasil. Ao final, tocando a relíquia, colocada sobre o altar, pedimos ao Senhor, que nos desse a coragem e a força dos primeiros evangelizadores de nosso chão. Nestes dias, quando presenciamos a canonização de Anchieta, que após a morte não apresentou nenhuma intercessão, que tenha chegado ao público e possa ser descrito como milagre, fica a pergunta;
-A igreja pode reconhecer, ou melhor, atestar que ele é santo?
Resposta simples;
-É o grande milagre de sua vida e entrega, tornando-se Evangelho, sim, a vida de alguns homens e mulheres é Evangelho vivo, e essa é a grande manifestação do amor de Deus, trazida, vivenciada e testemunhada no meio da humanidade. Isso é o maior milagre.

Louvado seja Deus que nos possibilitou testemunhar hoje essa verdade incontestável. Anchieta é Santo!

Saiba mais: José de Anchieta deu-nos a Certidão de Nascimento

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