“A gente fica feliz de ver o povo aqui, porque é o que eu disse: o povo já canonizou o Frei Galvão há muito tempo, e, a Igreja agora está confirmando o que ele fez em vida e depois da morte, pelas graças que a gente recebe aqui”.
Pe.Armênio Rodrigues Nogueira
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No dia 11 de maio de 2007 a cidade de São Paulo viveu o grande momento da Canonização do primeiro brasileiro, “Santo Antonio de Sant’Anna Galvão”, em cerimônia presidida pelo Papa Bento XVI, e concelebrada por bispos e padres da cidade e dos mais longínquos lugares. O Campo de Marte foi pequeno para conter pouco mais 1 milhão de pessoas que foram agraciadas com um dia de incomparável beleza pelo sol brilhante e céu de intenso azul.
Desde o dia anterior, uma multidão já buscava reservar os melhores lugares, para melhor ver a cerimônia nunca vista em terras brasileiras. Na madrugada, chegaram os ônibus com o “Coral do Papa”, tão bem preparado pelo brilhante maestro Ricardo Rossetto Mielli. Segundo o próprio maestro, esse grupo, formado por vários corais de paróquias, foi escolhido por ser composto por pessoas comprometidas na Igreja, principalmente pelo fato de terem postura litúrgica.
Ao raiar do sol começaram a chegar os convidados especiais que passavam ao rigor da Polícia Federal, já que a segurança de Bento XVI era prioridade nesse dia. Muito antes da chegada do Papa o coral “Mil vozes” já está posicionado e grande número de padres e diáconos, muitos munidos de máquinas digitais e filmadoras, aguardam ansiosos em meio a centenas de jornalistas que cobrirão o evento.
Por voltas das 9h chega o Papa ao Campo de Marte e logo após entrar acompanhado do arcebispo de São Paulo, Dom Odilo, no papamóvel, foi conduzido ao meio do povo que com entusiasmo o acolheu. Sempre sorrindo e acenando Bento XVI demorou cerca de 15 minutos para chegar até o local da celebração, onde à direita, na parte frontal, tem uma grande cruz e ao fundo do mesmo lado, um grande painel com a imagem de Frei Galvão.
Já no altar, onde se encontravam os bispos concelebrantes, foi saudado com o hino em sua homenagem, “Bento, Bendito o que vem” e iniciou a celebração. Durante o ato litúrgico aconteceu o grande momento da canonização, quando o Sumo Pontífice declamou a fórmula; "Declaramos e definimos como santo o beato Antônio de Sant'Anna Galvão. O inscrevemos na lista dos santos e estabelecemos que em toda a igreja ele seja devotamente honrado entre os santos", que introduz oficialmente o primeiro brasileiro no rol dos Santos. Nesse momento foi entregue ao Santo Padre um pedaço de osso de Santo Antonio de Sant’Anna Galvão pelo padre Armênio Rodrigues Nogueira, atual capelão do Mosteiro da Luz. Padre Armênio é digno representante da Região Brasilandia onde cresceu e viveu.
Nesta celebração, Sandra Almeida, que foi agraciada por intercessão do santo Frei Galvão, levou o filho Enzo de 8 anos para receber a primeira eucaristia das mãos do Papa. Sandra é a miraculada, que conseguiu gerar o filho Enzo, mesmo depois de ter sido declarada pela medicina, incapaz organicamente para concepção.
Nessa manhã radiosa, com tamanha aglomeração, nenhum incidente atrapalhou esses momentos de emoção. Aplaudido, Bento XVI deixou o altar sorrindo e acenando enquanto padre José Renato, da nossa Região Brasilandia, aclamava; “Viva o Papa Bento XVI”. Ao final o coral “Mil vozes” entoou “Viva a Mãe de Deus e Nossa” em homenagem à mãe de Jesus.
Veja as fotos do evento:
Coral do Papa no ônibus ruma ao Campo de Marte
A Freguesia do Ó, com o Papa, no Campo de Marte
Papa Bento XVI canoniza Frei Galvão no Campo de Marte
Benedito Camargo é Bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, São Paulo, Diácono Permanente na Arquidiocese de São Paulo.
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