por
Rafael Buzzo de Matos
Novembro, 2013
¬ Após o incidente, a praça apresentava a face da guerra. Em meio ao lixo costumeiro, copos, garrafas, foram recolhidos cartuchos vazios e balas de borracha, que foram utilizados contra os baderneiros.
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Esta bucólica praça no coração da Freguesia do Ó, exalava um clima de amizade e proximidade entre os moradores deste antigo bairro de São Paulo, próprio das cidades do interior. Famílias passeavam aos finais de semana para desfrutar dessa atmosfera aprazível e acolhedora, onde o respeito pelos bons costumes sobejava entre as pessoas que ali freqüentavam.
Nos dias de hoje, infelizmente, presenciamos um cenário muito diferente daquele que medrava na praça símbolo da tradição de um bairro, que outrora abrigara eventos de relevo, como a festejada “Feira das Nações”, interrompida pela violência que passou a tomar conta das imediações.
No domingo, dia 10 de novembro, a tradicional praça, do Largo da Matriz, foi o proscênio de uma ignóbil batalha campal. Baderneiros, que se consideram donos da rua e se acham no direito de impor suas próprias “regras” subversivas ao Estado Democrático de Direito, passaram a agredir policiais, que reagiram em resposta aos violentos ataques, na tentativa de restabelecer a ordem social, sem a qual não há paz que sobreviva.
Se é correto afirmar que não há liberdade sem paz, não é menos certo dizer que a repressão à violência é medida que se impõe diante do caos... esta é a definição do que tem se presenciado nos finais de semana no Largo da Matriz. Arruaceiros que urinam nas portas de casas de família, promovem a desordem, não respeitam o sono alheio, consomem e traficam drogas em praça pública aos olhos de quem quiser ver, enfim, pessoas que subvertem o conceito de “liberdade”, precisam sim ser veementemente reprimidas!
Liberdade não é permitir que néscios tomem conta das ruas e façam suas próprias leis, mas a ausência dela é tornar reclusos os cidadãos de bem, que são obrigados a viverem trancafiados atrás das grades de suas próprias casas.
A PM é incumbida de fazer um policiamento ostensivo, cujo desiderato é manter a ordem pública, sem a qual não há paz social, tampouco liberdade, cujo conceito tem sofrido inaceitável deturpação. Ordem sugere disciplina, respeito às regras comuns de convivência – sejam elas impostas pela lei, sejam ditadas pelos bons costumes, que, aliás, têm deixado de ser um costume. A liberdade de um indivíduo termina onde começa a do outro; esta é uma regra universal, para o estabelecimento da qual é preciso haver respeito à ordem social.
É claro que as mazelas sociais não se resolvem apenas pela ação da polícia, que, aliás, é um paliativo, mas nem por isso menos importante.
A ação da polícia é medida que se impõe diante da falta de respeito pelo próximo. Pessoas que transgridem os preceitos mais comezinhos da boa educação e dos bons costumes, não nutrem o menor respeito pela ordem social e pelo próximo, enfim, não sabem conviver em sociedade de forma harmoniosa, só conhecem o limite imposto pela força!
Nesse sentido me vejo na obrigação de inclinar o meu acendrado respeito à Polícia Militar, que, a despeito das precárias condições de trabalho e absoluta falta de amparo do governo, vem atuando com a bravura que sói acompanhar a farda e o fardo que esta representa na defesa da gloriosa e não menos ingrata missão de manter o que os nossos políticos deveriam e não o fazem: a ordem social!
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