Matriz do Ó, Ponto de Encontro de Olhos e Corações

Olhares que prendem

Sempre que me perguntam como vejo a Freguesia do Ó, vem-me à mente algumas cenas que estão gravadas em meu imaginário. A primeira delas é quando ainda criança, ao passar pelo antigo Caminho de Manuel Preto, também chamada Estrada para a Freguesia do Ó, atual Avenida Santa Marina, antes de transpor a velha ponte de madeira, entre a estação Água Branca e o Rio Tietê, vislumbrei imponente lá no alto uma igreja, cúpula arredondada e com uma torre longa apontando para o céu, parecia um antigo castelo, solitária e bela, sem nada que barrasse nosso olhar ou a ofuscasse.

Naquele caminhão de mudanças, rumo ao município de Barueri, tal visão magnífica prendia-me o olhar no trajeto da antiga via marginal que acompanhava o leito do Tietê, até perdê-la totalmente de vista lá pelas bandas da ponte dos Remédios.

-Perde-la? -Não! -Pois tal encontro nos aproximou e nos envolveu, e lá estava ela, e ainda permanece aqui, passados mais de seis décadas, desde que a vi pela primeira vez e ela encheu minh'alma de muita ternura e doce lembrança que ainda carrego.

Uma segunda imagem, que tenho certeza que muitos carregam, é a do entorno nas proximidades da Matriz. Que transeunte negaria estar adentrando uma pequena cidade de nosso interior? Aqueles casarões antigos todos em relevo, trazendo as marcas de séculos passados, nos enchem de uma paz silenciosa e penetrante nostalgia.

Sempre digo aos amigos quando perguntam se gosto desse lugar, e tenho sempre a mesma resposta; "quem bebeu dessa água jamais a deixará".

Essa foi, "É" e será eternamente a nossa querida Freguesia do Ó, aquela que pega no encantamento os que dela se aproximam.